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sábado, 17 de agosto de 2013

Imprensa: Contraste entre Séculos XVIII e XXI


Neste momento, dentre vários livros acadêmicos, leio "Dos Delitos e das Penas" de Cesare Beccaria. Analisando essa bela obra, posso vislumbrar várias mudanças que ocorreram desde o século XVIII até hoje (e é preciso mencionar que o escritor não errou em suas sentenças, mas que de fato a sociedade mudou de lá para cá).

É claro que todas as mudanças percebidas no contexto do livro poderiam render vários posts, então vamos por partes. Neste momento, quero falar sobre o seguinte trecho:



"Pois aí se observa, do mesmo modo, a utilidade da imprensa, que pode, ela somente, fazer todo o público, e não apenas alguns particulares, depositário do sagrado código das leis.
A imprensa dissipou esse tenebroso espírito de cabala e de intrigas, que não suporta a luz e finge desprezar as ciências somente porque secretamente as teme.
Se atualmente, na Europa, são em menor número esses crimes horrendos que assombravam nossos pais, se deixamos finalmente esse estado de barbárie que fazia de nossos antepassados ora escravos ora tiranos, à imprensa o devemos." (p. 23)

Admiro muito essa obra e ressalto que Beccaria não estava errado, mas é patente o contraste entre o papel da imprensa apontado pelo escritor no século XVIII e o papel desempenhando pelo mesmo meio nos dias atuais.
Se naquele momento histórico a mídia teve o papel de elucidar à população o que estava envolto em uma cortina de mistério e ignorância, hoje o mesmo meio evoluiu. Descobriu que poderia ir além de apenas ser o meio de trazer o conhecimento: Poderia inclusive moldar aquilo que deseja que as massas acreditem!

Não é preciso crer em teorias de conspiração ou algo parecido para ver que a mídia hoje se tornou uma ferramenta de criação de opinião, criando heróis e vilões - e as vezes de maneira bem nítida, como se quisesse rir de nossas caras - conforme o seu gosto - ou interesses de quem está no poder.

Infelizmente podemos perceber essa mudança - não posso chamar isso de evolução -, onde uma ferramenta que outrora foi um meio de esclarecimento se torna em mais uma que gera apenas mais dúvidas. Cabe a nós estarmos cada vez mais de olhos bem abertos, pois não parece haver muitos amigos nos dias atuais.

domingo, 11 de agosto de 2013

Doutor Idiota


Embora declaradamente eu deteste a mídia e o poder de manipulação exercido por ela (fora a futilidade que por esse meio é difundida), é preciso ver o que acontece pelo mundo - é claro que sob uma análise muito ferrenha -, sob o risco de, simplesmente me excluindo de tudo, me tornar um total alienado.

Nessa atividade, estava vendo algumas notícias e me dei conta de algo: Quantas besteiras são ditas por pessoas que, teoricamente, deveriam ter uma ótica diferenciada, já que tiveram a oportunidade de ter seus  horizontes alargados. Me refiro aos doutores. Não falo de todos, é claro, afinal generalizar nunca é um meio que realmente gere algum resultado. Mas acompanhe o silogismo a seguir.

Não sei se isso impressiona alguém, mas apenas dizer que "doutor fulano" disse algo não me convencerá que suas palavras valem alguma coisa! É preciso muito mais do que títulos para que palavras ou ideias se tornem verdadeiras ou convincentes. Besteiras não deixam de ser besteiras por ter se tornado oficiais ou por quê um doutor as disse! Se me é permitido dar um exemplo, uma das maiores barbáries da história, tida hoje como algo impossível de se imaginar sendo aceita, teve apoio constitucional, ou seja, foi algo positivado, oficial: Me refiro aqui ao nazismo. Acho que consegui esclarecer o grau do que quero dizer...

Há verdadeiros idiotas que esperam apenas adquirir um título para sair vomitando seus preconceitos ou ideias não pensadas.

O mais triste nisso tudo não é ver tanta besteira sendo dita, mas sim ver toda essa besteira sendo simplesmente engolida pela sociedade, que em sua maioria não questiona, não pondera, não reflete. A maioria da população simplesmente segue o ritmo do "rebanho", como se o rumo que a maioria seguisse fosse o lugar certo... Não quero dizer com isso que é preciso ser sempre do contra - embora eu esteja ficando desse jeito devido à demanda gerada pela sociedade -, mas que é preciso apenas pensar. Apenas o ato de receber a informação e processá-la já é algo de enorme valor, pois, infelizmente, vejo em alguns casos até mesmo aqueles que têm acesso ao conhecimento cedendo a ideias partidárias e ignorantes.

Entendo... É difícil pensar diferente, afinal a pressão vem de todos os lados, mas é necessário pensar... nada menos do que isso!

Como diria um escritor que admiro, "vamos estocar comida", pois cada vez mais parece ser o fim dos tempos...

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Opinião


Os círculos sociais se formam geralmente de maneira involuntária devido a afinidade entre seus integrantes. Essa sentença não se discute, afinal é algo extremamente lógico. Mas, dentro desse contexto, surge uma espécie de convenção, algo como um contrato social silencioso onde, "para que eu seja aceito, e visto com bons olhos pelos meus 'pares', preciso pensar igual, extremamente igual, e proclamar em uníssono a opinião de todos!"

Isso é uma coisa estranha pois, as pessoas esperam que, por que você anda com elas, ou frequenta os mesmos lugares, você seja uma réplica exata do que elas são.

Posso citar alguns exemplos disso, experiências que, com certeza, todos já viveram ou viram em algum momento.

Dia desses conversava com alguns colegas da faculdade sobre professores pelos quais passamos. Alguns comentavam seus desprazeres com os mencionados docentes e, durante a conversa sobre um professor em especial, eu comentei: "Mas eu gostei das aulas dele!" Tal afirmação pareceu ser uma afronta ao colega que comigo conversava. Aquilo não mudava nada entre nós (pelo menos da minha parte), mas uma opinião diversa não pareceu ser bem recebida.

Ainda exemplificando, pessoas compram brigas com terceiros que não conhecem apenas devido a rixa que seus amigos já têm, ou seja, não criam a sua própria opinião, apenas seguem aquilo que a maioria, o senso comum faz.

Particularmente, eu prefiro travar as minhas próprias batalhas mas, infelizmente, percebe-se que as pessoas de modo geral não gostam de definir suas próprias opiniões, com receio que isso gere desconfortos ou a não aceitação do grupo.

A situação piora um pouco quando há um tirano no grupo, ou seja, aquele que parece ditar a "moda" (o que é aceito e o que não é aceito como "código de conduta" geral), e esse percebe a presença de pessoas que não defendem suas posições seja porque realmente não tenham uma definida, ou ainda porque receiam confrontar essa pessoa que parece ser o líder no bando.

Isso daria um belo estudo sociológico, mas por ora a intenção é mostrar que pessoas são diferentes e, consequentemente, possuem pensamentos e percepções diferentes, embora isso não signifique (e aqui está o "pulo do gato", a dificuldade em entender isso) que você seja inimigo da pessoa que pensa em oposição ou apenas de maneira divergente de você! Isso apenas significa que possuem visões diversas. O respeito é algo que sempre deverá haver. Seria um grande avanço se as pessoas começassem a analisar as coisas por esse prisma.


sábado, 27 de julho de 2013

Os Miseráveis


No post passado comentei sobre um livro que havia lido do início ao fim nesse mês de julho. O tal livro é o clássico "Os Miseráveis", de Victor Hugo.


O livro, recomendação de um professor, despertou minha curiosidade quando esse comentou que, caso o mundo fosse acabar e ele pudesse salvar apenas um livro, o escolhido seria "Os Miseráveis". Depois de lido, posso concluir que não é à toa que tal comentário fora proferido, nem que tantas adaptações, musicais, filmes e peças tenham sido feitas sobre o livro, pois o mesmo traz um conjunto riquíssimo de elementos históricos na trama (envolvendo a França no momento histórico Pós-Revolução Francesa) que traz como personagem principal um homem chamado Jean Valjean, homem que passou 19 anos preso após roubar um pão... Sim! Um pão ocasionou todo esse tempo de prisão (nada estranho para uma França miserável naquela época)...

Mas esse é apenas o início da saga de Jean Valjean. Ele irá, em sua trajetória, passar por vários momentos, cruzando por vários outros personagens que, através de suas atitudes irão moldar o então ex-presidiário cheio de ódio de tudo e de todos.

O livro traz trechos que o tornam tão incrível, pois quebra a corrente de trazer aquela visão utópica que "os bonzinhos sempre são felizes no final", e que, de maneira reversa, "os maus sempre perecem", que geralmente vemos em romances. Sabemos que nem sempre a vida acontece dessa maneira, embora assim esperemos. No livro vemos pessoas que, apesar de lutar, de estarem fazendo o que é correto, por vezes acabam por não colher um resultado bom; ou pessoas más que, de uma maneira ou outra, conseguem escapar ou se dar bem. Em contrapartida, vemos o que considerei a essência do livro e sua melhor parte: a possibilidade de redenção, de mudar de atitudes e de consertar o que um dia foi errado.

Outra baita leitura! Recomendo!

Cabeça de Porco


Nesse mês de julho, graças as férias da faculdade, consegui finalizar um livro que há muito me esperava, além de ler outro do início ao fim.
Neste post falarei do primeiro citado, embora não tenha a pretensão, neste momento, de fazer uma análise crítica como vejo em alguns sites e blogs por aí - que destinam-se a isso. São apenas as minhas impressões sobre o livro.

O nome do mesmo é "Cabeça de Porco"


O livro, de autoria do antropólogo Luiz Eduardo Soares, do rapper MV Bill e de seu empresário, Celso Athayde, traz um conjunto incrível de visões sobre a sociedade, mostrando uma fascinante sinergia entre o conhecimento empírico de quem viveu em meio a violência (MV Bill e Celso Athayde) e a visão analítica de Luiz Eduardo Soares.

Antes de falar do conteúdo do livro em si, o título já é curioso. Confesso que quando ouvi falar do mesmo, estranhei. O fato ocorreu quando fui até a livraria da faculdade para comprar outro livro, este chamado de "Uma Gota de Sangue" - livro já citado e recomendado por mim neste blog. Quando pedi o livro "Uma Gota de Sangue" a atendente me perguntou: "Vai querer também o 'Cabeça de Porco'?". Confesso que pensei estar em um açougue ao invés de uma livraria... Mas quando adquirido o livro (recomendação de um professor), percebi a razão de ter tal nome. Na primeira página do livro há o significado da expressão "cabeça de porco": "cortiço. Na linguagem jovem das favelas cariocas, é sinônimo de situação sem saída, confusão."

Percorrendo suas páginas, fiquei voluntariamente preso a leitura inteligente, contemporânea e muitas vezes triste, que traz a realidade em que vivemos, de maneira direta ou indireta. Independente da classe social, todos já vivenciamos a violência ocorrendo, mas será que analisamos as causas que levam ao acontecimento de tais fatos? Ou ainda, será que ao menos nos importamos com isso? Afinal, mesmo que eu ou o caro leitor não moremos em uma favela, a violência não se restringe à ela.

O livro traz casos reais de pessoas que vivem do tráfico de drogas e armas, pessoas que, assim como você e eu, possuem seus sonhos, suas famílias, suas batalhas diárias e que, muitas vezes, não escolheram fazer parte desse contexto, mas que simplesmente tiveram isso "jogado nos seus ombros", nascendo numa faixa nada privilegiada da sociedade, e não encontrando meios lícitos de se sustentar, se obrigaram a fazê-lo.

O livro mostra também, de maneira muito triste, a conspiração na qual vivemos, conspiração silenciosa e não combinada que nos impede de aceitar que a mudança possa ocorrer na vida de alguém, como se fôssemos permanentemente os mesmos. É com tristeza - mas com necessidade - que se lê que muitas pessoas tentam sair do tráfico, desejam isso ao máximo, exatamente por saber que não é algo que produza um bem para a sociedade, mas simplesmente não conseguem, pois a sociedade em geral carrega a ideia de que "sendo uma vez marginal, sempre será marginal!" Percebe-se nas páginas do livro, nesse contexto, a demonização do "outro", afinal o ser humano parece ter a necessidade de jogar todo o mal sobre alguém que não seja ele próprio para poder dizer "eu não sou como ele! Eu sou bom!"- ou como o filósofo Sartre diria, "o inferno são os outros!"

O mais triste de tudo é perceber que esta realidade que vemos nos jornais diariamente, envolvendo armas e drogas, policiais e traficantes - e tendo como cenário a sociedade ao redor, lutando para sobreviver em meio às balas perdidas - não passa, muitas das vezes, de um teatro encenado pelo sistema, uma dança onde é necessário haver o envolvimento de todas as partes, senão o sistema entra em falência. Percebe-se que a polícia (não todos eles, mas os corruptos) dá subsídios para que o tráfico funcione - fazendo vista grossa - enquanto o tráfico financia os policiais (com os tais "arregos"). Além disso há aqueles policiais que ganham tão pouco e possuem estrutura tão frágil (estrutura de trabalho) para entrar numa briga na qual o Estado não quer realmente se envolver - embora não o diga. Um sacrifício heroico não valeria a pena, pois seria em vão da visão sistêmica - envolvendo, é claro, os sentimentos dos familiares do herói em questão, mas apenas uma baixa substituível da visão geral -, ou seja, o Estado não daria a mínima.

Fica a dica de uma baita leitura para todo e qualquer cidadão brasileiro, pois o livro traz uma visão que muitos nunca imaginaram dentro de suas vidinhas perfeitas e confortáveis,afinal é fácil julgar quando não é você o alvo, e mais, quando você teve condições de ter uma vida decente, não precisando recorrer à meios emergenciais para sobreviver - lembrando que "o inferno sempre são os outros. Preciso ainda enfatizar que ninguém está imune a violência, independente de quem seja e a qual classe social pertença.

Valeu, galera!

sexta-feira, 19 de julho de 2013

"Graças a Deus!"


Ainda não consegui desacelerar, embora daqui há dez dias já esteja voltando para o próximo semestre na faculdade - e isso não se trata de uma reclamação, mas sim de uma constatação. É esta a razão inclusive que me traz à memória o por quê deste post, embora não espere vender uma imagem de mártir com isso. Logo a direi. Por ora, entenda o contexto.

Logo após ter terminado a última prova, e saber que estava passado no semestre, uma pessoa que faz parte da minha convivência diária disse: "Graças a Deus que você passou!"
A afirmação me soou estranha por duas razões: Primeiro, não sou o tipo de acadêmico que possui um histórico preocupante, sobre o qual fosse preciso dizer "graças a Deus você 'conseguiu' passar!", como se fosse um milagre que isso tivesse acontecido; segundo, e a razão que é o foco deste post, a frase por si só não teve essa conotação, mas sim o tom com que foi dita, dando a clara ideia de que foi por Deus, e só por Ele, que tal resultado foi obtido.

Agora, seguem minhas impressões sobre isso...

As pessoas não levam em consideração o esforço que temos em obter um resultado, não reconhecendo, por consequência, o mérito.









É lógico que se a ignição não fosse dada, ou seja, se faltasse o fôlego de vida proveniente de Deus, todo o resto não haveria, mas é irracional  pensar que somos totalmente passivos e que é apenas Deus que conquista tudo por nós, afinal era eu sentado naquela cozinha por noites a fio até cerca de 2 horas da manhã para poder produzir resenhas e fichamentos - tendo que acordar cedo nas manhãs seguintes para trabalhar...

Era eu emendando sábados e domingos estudando com meu Vade Mecum para adquirir conhecimento...

 







 Era eu quem cortava os intervalos de almoço para poder estudar...








Era eu que, em qualquer lugar que estivesse, estava com livros sempre por perto...

E, por fim, na prova era eu quem estava naquela sala fazendo-a!

Dias atrás li uma frase interessante, algo como "Deus ajuda, mas não dá o gabarito!", ou seja, é claro que Deus ajuda, mas ajuda àquele que se ajuda, então, com isso, quero dizer que quando atinjo um alvo, o atinjo com o esforço que faço, afinal tenho o livre arbítrio de fazer ou não algo.

Além de que, dado o contexto acima, o termo "descansar em Deus" (usado de maneira exacerbada) geralmente é usado erroneamente por preguiçosos que acabam não fazendo esforço algum - por estarem "descansando" em Deus - e, por consequência, não têm sucesso em suas empreitadas, tendo inclusive a ousadia de querer culpar à Deus  por suas próprias omissões...

Mas fica a reflexão!

Até a próxima!

domingo, 14 de julho de 2013

O Télos de Aristóteles


É interessante perceber como alguns assuntos já fazem parte de nosso repertório antes mesmo de o sabermos em sua totalidade, mas de repente por senti-los, por serem perceptíveis, embora não identificáveis/explicáveis, ou ainda por fazerem parte do que somos na essência.

Esse é o caso do "télos", algo que acabei por estudar em hermenêutica jurídica nesse semestre pelo qual passei.

Como está registrado neste blog (ou no meu blog, caso esteja lendo este post em outro site que vincula minhas reflexões) há mais de um ano, esta ideia da finalidade (ou do télos, com já citado) já faz parte do que penso, mas não abordado dessa maneira.

Segundo a lógica de Aristóteles, as decisões deveriam, para haver justiça (Justiça Distributiva Aristotélica), ser tomadas avaliando a finalidade de cada uma. Nada mais lógico, já que para se chegar à algum lugar é preciso se avaliar a razão de lá chegar.

Outro ponto que Aristóteles avaliava era o mérito, ou seja, alguém receberia algo quando merecido, e, quando recebido algo, isso seria segundo o seu mérito.

No meio jurídico essa lógica chamada de teleológica evita discricionariedades, ou seja, decisões arbitrárias baseadas no que "eu penso ser o melhor", ou seja, segundo a "minha consciência". Essas decisões arbitrárias são tomadas por pessoas denominadas "solipsistas", ou seja, egoístas, que de fato não se importam com o resultado.

Mas, saindo um pouco do âmbito jurídico, a vida em si seria mais justa se decisões fossem tomadas avaliando-se suas finalidades, e as pessoas certas fossem premiadas.
Se uma lógica teleológica (e aqui quero enfatizar que o termo é "teleológica" e não "teológica", senão todo o contexto até aqui desenhado se perde...) fosse adotada em cada decisão a ser tomada, muitas atividades do cotidiano seriam otimizadas, tantas outras deixariam de existir por serem irrelevantes, e decepções deixariam de existir, ou pelo menos diminuiriam, já que se saberia quando um resultado seria obtido, e mais, quais pessoas o obteriam!

Mas como vivemos numa sociedade complicada, injusta e cercada de mazelas, temos que conviver com a incerteza e com a sorte, embora esperar pela sorte seja algo que apenas preguiçosos façam!

Então é isso... Por hoje divaguei demais!

Abraço galera!

Até a próxima!

Olhos e Janelas


Sexta-feira passada, dia 12, uma situação normal trouxe uma reflexão que perdura até hoje, neste momento. Por isso a necessidade de escrever.

Na empresa na qual trabalho, à esquerda e à direita de onde me localizo, as paredes são repletas de janelas, ou seria melhor dizer que há apenas janelas conectadas umas às outras ao invés de paredes? Enfim... O fato é que uma empresa terceirizada foi contratada para lavar tais janelas.
Durante a lavagem, uma brincadeira percorreu por entre os que ali estavam. Frases como "não era o céu que estava nublado, mas eram as janelas que estavam cinza!", ou "olhem como não era o carro que estava sujo, mas sim a janela!"

Brincadeiras como essas passaram por todos que ali estavam, mas em algum momento notei como havia algo de real naquelas afirmações. O primeiro ponto que me veio à mente foi um versículo (Mateus 6:22 e 23) que acaba por ser o reflexo do que se estava falando:

"Os olhos são a candeia do corpo. Se os seus olhos forem bons, todo o seu corpo será cheio de luz.
Mas se os seus olhos forem maus, todo o seu corpo será cheio de trevas.

Seguindo a ideia das janelas cumulado ao trecho citado acima, os olhos produzem o mesmo efeito no corpo que as janelas ao local onde estão.


Do mesmo modo que janelas sujas distorcem a imagem à quem está dentro do recinto, olhos poluídos produzem efeitos nefastos na alma. É um silogismo bastante simples, mas ainda assim pouco produzido.

Como diriam os americanos numa frase bastante conhecida, e num pequeno contexto, apenas para situá-la: para não contaminar a alma, "não veja o mal, não ouça o mal, não fale o mal (see no evil, hear no evil, speak no evil)".

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Crítica às Críticas


É bom poder voltar por aqui para escrever algo depois de alguns meses. Finalmente é chegado ao final mais um semestre de estudos e, devido à isso, podemos desviar um pouco o foco de assuntos acadêmicos (embora isso nunca aconteça de fato) para assuntos que verificamos no dia a dia.

O tema que abordo neste post é a crítica. É um assunto que está em voga atualmente, já que todos parecem querer protestar/criticar, e mais, contra tudo e contra todos.
Mas o problema não são as críticas em si. Se essas ocorressem de maneira inteligente, coerente, tudo bem! O detalhe está em como as pessoas criticam, sem saber o mínimo para poder utilizar essa ferramenta.

Para dar fundamento ao post, deixo aqui o registro que fiz dias atrás no twitter (embora sejam apenas 140 caracteres é um bom espaço para guardar pequenos insights - mas não mais do que isso!) sobre a minha indignação, ou seja, a minha crítica às críticas:


Eis o cerne da questão: De um lado temos aqueles que sabem criticar - os que têm conhecimento da causa, e se não o têm, o buscam, pesquisam, procuram entender, formulam a ideia e aí, apenas a partir daí, direcionam sua crítica, sendo esta inteligente, embasada, contextualizada!
Do outro está a grande maioria da população, pessoas que apenas seguem a linha, ouvem e repetem, não refletem, mas pensam que gritando mais alto estarão com a razão!
Hoje em dia se critica a tudo e a todos, sem critérios, sem razão. Apenas pelo simples ato de criticar, pois assim "estarei na massa, no meio de tantos que fazem isso e, por consequência, deve ser algo interessante ou certo de se fazer, por isso também farei..."

Infelizmente essa é a sociedade em que vivemos, uma sociedade onde não se pensa, direcionada por poucos, sendo que estes poucos detêm meios de comunicar suas vontades e essas são apenas repetidas, sem reflexão pela grande massa.

E aqui adentro um pouco mais no assunto, pois há o momento em que começamos a despertar, a ver o cenário que nos cerca, mas (perigosamente) norteados por alguém que admiramos (e não digo que não se possa ter alguém em quem se espelhar, mas que seja preciso ter essa base - as ideias de alguém - mantendo a crítica sadia funcionando) acabamos por sair do grande cesto do senso comum para adentrar em outro contexto que acaba por repetir um pouco desse mesmo senso comum, embora não tão evidente. Para contextualizar isso, deixo mais um tweet que demonstra como essa ideia tem ocupado meus pensamentos ultimamente:


Aqui está a pergunta que não quer calar: e quando o meu senso crítico não é meu, mas é apenas o mimetismo, a imitação exata de algo ou alguém que admiro e que não passa pela minha reflexão?
É preciso sempre manter a consciência de que, como pode-se ver neste trecho brilhante de C. S. Lewis, "ser descendente de Adão e Eva é honra suficiente grande para que o mendigo mais miserável possa andar de cabeça erguida, e também vergonha suficiente grande para fazer vergar os ombros do maior imperador da Terra", ou seja, ninguém de natureza humana é imune a erros, portanto, todos devem passar pelo crivo da crítica.

Fico extremamente triste ao ver pessoas influentes, seja na mídia, em faculdades, em empresas, enfim, com ideias deturpadas, conceitos mal formados, e muitas vezes tendo o acesso às informações corretas, mas ainda assim moldando mentes que estão submetidas à suas influências para serem cada vez mais acríticas, mas acredito que isso é algo que devemos combater, lutando pela quebra das correntes nas mentes, pois não é de hoje que sabe-se que conhecimento é poder.

Valeu galera!

P.S.: Pretendo postar mais algumas coisas aqui antes que a faculdade me mate!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Lente das Lembranças

Hoje conversava com uma pessoa que, além de vivida, é uma grande pessoa para conversas esporádicas sobre os mais variados assuntos e observações sobre a vida. De nome Cláudio, mas conhecido por todos como Sr. Claudino, é um senhor inteligente e espirituoso, capaz de, junto de alguém que esteja disposto, desmembrar qualquer assunto até chegar ao seu denominador comum. Conversávamos sobre um tema que gosto de ter em minha boca tanto como assunto quanto para beber: Cafés! Enquanto discorríamos em nossa conversa, lembrei-me de um café que bebi quando pequeno, por volta dos meus 6 ou 7 anos, quando numa viagem ao Paraná a um tio que há muito não tenho o prazer de ver, o tio Dirceu. Lembro que, por alguma razão, aquele café ficou gravado no meu pré-consciente. Não sei se a maneira como foi feito o café (que não tenho a mínima ideia de como, desde que estava em tão tenra idade) ou o leite tirado havia pouco da vaca, que fazia parte de sua composição... Enfim, qualquer tentativa será inútil. Mas aqui acredito que esteja a "pegadinha", a peça pregada não por alguém de carne e osso, mas por um agente eterno: O tempo! Quando olhamos um fato que ocorreu há anos, parece que aquilo aconteceu envolto por uma moldura dourada, como se tudo fosse mais doce ou mais macio. É engraçado como não vemos alguém dizendo que a música de hoje em dia, por exemplo, é melhor do que a que se ouvia "no seu tempo", já que curiosamente sempre será melhor o oposto disso, como se não houvessem músicas boas ou ruins em qualquer época. Aqui podemos notar o efeito do que chamo de "lentes das lembranças", pois em qualquer mente as memórias da infância são melhores, e não me deterei apenas à infância, mas estendo isso a qualquer lembrança que, de alguma maneira, tenha nos marcado, e a cada ano que passa isso ficará melhor, pois a distância que o tempo nos afastará do fato apenas o tornará cada vez mais romântico, e até mesmo irá gerar pequenos detalhes que nunca existiram e, em contrapartida, anulará outros desagradáveis que queremos omitir, é claro que isso dependerá da situação, desde que a nossa mente é seletiva. Fechando o assunto, se bebesse aquele café hoje de repente não tivesse o mesmo incrível sabor, mas, de qualquer maneira, nunca saberemos.

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Missões

Dias atrás escrevi algo numa página de amigos no facebook e quero aqui repetir o pequeno texto, que segue abaixo:
Sei que pode ser uma pergunta retórica, mas, de qualquer maneira, vale a pena a reflexão: A sua igreja investe em missões? Muitas das igrejas, senão a maioria, nunca viram "utilidade", "funcionalidade" nisso, e por isso não investem. Já, quando ouviram falar nesta estranha palavra, logo pensam em enviar fundos para a África (pois é o que primeiro vem a mente quando trata-se sobre este assunto - sem desmerecer em nada o trabalho dos missionários que lá atuam, não me entendam mal!). Vemos a maioria das igrejas simplesmente seguindo a rotina, sua agenda semanal de cultos, sem lembrar que a coluna dorsal, a razão da Igreja de Cristo existir na terra, é o denominado "IDE!", GANHAR ALMAS, SAQUEAR O INFERNO! Olhe ao redor e veja quantos projetos e grupos precisam de um suporte para realmente levar o "IDE" ao mundo, mas estão de mãos amarradas por não ter recursos financeiros (afinal sem capital não se faz nada!). E além disso, pra não tornar isso um típico "discurso pastoral televisivo", e saindo do foco financeiro, quantas igrejas investem pessoas nisso, geram missionários? Repito, não me refiro a "missionário" como sendo, exclusivamente, o cara que viaja para o outro lado do mundo para pregar, mas àquele que com sua banda, seu grupo de teatro, sua dialética e, apenas, disposição, enfim, leva Jesus às pessoas aqui, em nossa própria cidade! Então deixo essa ideia para que juntos possamos ganhar aqueles que moram na nossa rua, bairro e cidade! Deus abençoe!