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sexta-feira, 8 de junho de 2012

E Diante da Morte?

Vivemos nossas vidas, pelo menos em nossa maioria, de maneira impensada, sem mensurar o que somos, qual será o nosso papel nesse mundo ou, a pergunta que não cala dentro de cada um de nós, "o que vem após o fim?"

O fato é que o ser humano tem pavor de pensar na morte. Isso é algo em que ninguém quer pensar e, se porventura, se pega num momento de reflexão sobre isso, logo dá jeito de mudar o foco, pois realmente não é algo agradável!
Até seria estranho alguém ter atração por ela, a ponto de só pensar nela e almejá-la, pois aí algo está errado.

Mas o ponto sobre o qual quero discorrer é algo que remete à um assunto que já tratei aqui: e se morrese hoje, ou agora?
Essa pergunta poderia ser respondida, ou complementada, das mais variadas maneiras possíveis, dependendo da crença de quem a menciona. Não quero, como se diz, "puxar a brasa para o meu assado", contextualizando esse assunto para a minha crença, como preferem por aí rotular, "religiosa", apesar de eu detestar esse termo; antes quero, como sempre procuro fazer ao discutir um assunto, trazê-lo de maneira imparcial e, nessa imparcialidade trago uma analogia:
Devemos pensar que o vento é sempre vento, e venta você creia nele ou não. Ele estará ali, você queira isso ou não! Tendo essa lógica como base, é preciso pensar que a morte será igual para todos que por ela passarem, creiam da mesma forma ou não, afinal esse momento chegará inevitavelmente.


Há algum tempo li um trecho de um livro de filosofia chamado "Aprender a Viver" do ex-ministro da Educação na França, Luc Ferry, onde ele diz que a filosofia leva o homem a superar o medo da morte e a necessidade de se crer na existência de Deus pelo conhecimento do que é a vida. Vamos deixar o nosso caro Luc Ferry com a sua ideia sobre a morte aberta para que possamos mais tarde voltar nela...


Dentro dos assuntos que discuto gosto muito de pegar exemplos de pessoas que não tem a mesma profissão de fé que eu, pois assim posso traçar alguns paralelos que mostram como alguns conceitos são simplesmente reais, sem que haja a interferência "religiosa" nisso e, dentro disso, quero citar Steve Jobs, já falecido e alguém que não professava a fé cristã, mas que nos deixou muito conhecimento. Em seu famoso discurso na Faculdade de Stanford há um momento que até hoje causa muita comoção: O trecho em que fala da morte.

Neste momento do discurso Steve Jobs fala do tempo em que o medo da morte é um "conceito útil, mas apenas ilustrativo" (tempo este onde a maioria de nós está agora!), e completa a frase, no contexto de quem passou por uma cirurgia para retirar o câncer do pâncreas, passando assim por um momento mais perto da morte, dizendo que "ninguém quer morrer".
E sobre essas palavras de Steve Jobs eu enfatizo em letras maiúsculas: NINGUÉM QUER MORRER...

... Embora este seja o destino de cada um de nós.

E aí quero voltar ao nosso caro Luc Ferry, que deixamos para trás, perguntando, embora este não me responda diretamente, "e quando a morte, de fato, chegar? A filosofia ou seja lá o que for poderá superá-la? Algo poderá superar a Deus neste momento?"

Aqui quero reforçar que não estou contextualizando isso para o "crentês", para a minha crença "religiosa" (já mencionei que detesto essa palavra, não é!?), mas para uma lógica onde os agentes em questão são eu (ou você) e Deus!

Tendo a pessoa de Jesus presente na vida há realmente uma superação desse medo da morte, como pode-se notar neste trecho onde as palavras de C. S. Lewis falam sobre a mesma:

¹C. S. Lewis [em idade avançada e já viúvo] escreveu uma carta na tentativa de consolar uma pessoa gravemente doente: “Será que você não consegue encarar a morte como um amigo e libertador? Ela nada mais significa do que poder despir-se daquele corpo que a está atormentando: é como tirar um chapéu ou sair de um calabouço. O que há de assustador nisso?... Teria sido esse mundo tão bom para você, que você o deixe com tanta tristeza?” Lewis procura então confortá-la com palavras que revelam seus próprios pensamentos e sentimentos relativos à sua morte: “Há pela frente coisas melhores do que qualquer uma que deixamos para trás... Acredite, o Nosso Senhor não está lhe dizendo nada mais do que: ‘Paz, filhinha, paz. Relaxe. Deixe estar. Os braços sempiternos estão bem debaixo de você... Você confia tão pouco em Mim?’ É claro que este pode não ser o fim. Então faça um bom ensaio.” Lewis assinou essa carta com: “Seu (viajante cansado e, como você, perto do fim da jornada) Jack.” [p. 249]


Então, tendo essas poucas e humildes palavras e reflexões feitas, deixo um último questionamento: E quando a morte chegar, diante da morte, como será?

Você poderá ver, agora, por dois ângulos diferentes, de três tipos de crenças existentes:

Primeiro ângulo: O que eu creio que será quando a morte chegar é que irei para o céu, tendo experiências que mostram que Deus está a minha espera mas, supondo que isso seja apenas um delírio da minha mente, apenas morrerei (como alguns creem) ou, caso haja reencarnação (o que não creio, mas há quem creia), serei um cara legal, reencarnando numa situação também boa, pois procurei viver de uma maneira justa, honesta, fazendo o bem, o que me leva a um novo nível na escala de iluminação (se é assim que é denominado). Então, de qualquer maneira, saí bem.

Segundo ângulo: Agora, caso creia que não há nada depois dessa vida ou creia que há uma reencarnação (ou uma nova chance, como preferir chamar), mas não haver nada disso, mas sim um julgamento, como creio... Aí a coisa complica!

De qualquer maneira fica a reflexão aos caros amigos que acompanham o blog e um abraço, pois no final "tudo vai depender de Quem você conhece!"...



¹Fonte: Armand M. Nicholi Jr., Deus em Questão – C. S. Lewis e Freud debatem Deus, amor, sexo e o sentido da vida. Ed. Ultimato

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