Ontem, durante a aula de Economia Política, passei por um daqueles momentos incríveis que me levam à um estado de autorrealização.
Víamos naquela aula um velho conhecido de outros tempos, o grande pensador Karl Marx e toda a sua ideologia sobre o capitalismo, a sua teoria de como os meios de produção e seus donos criavam (ou manipulavam) a cultura, a ideologia, a religião e enfim, tudo aquilo que qualquer pessoa que saiba o mínimo sobre Marx saberá entender.
Então chegamos ao também famoso ponto em que Marx defendia que o capitalismo e o seu trabalho sequencial e fragmentado, situação pela qual os operários teriam que passar, os alienava, deixando-os tristes, de certa forma "burros", limitados, sem reconhecer o seu valor, e esta uma situação muito bem representada por Charlie Chaplin no filme "Tempos Modernos".
Essa foi a segunda peça no meu dia para a formação de uma ideia!
A primeira peça foi a seguinte: Durante o expediente na empresa na qual trabalho, li um artigo e vi alguns vídeos que mostravam que hoje, nos dias atuais, as empresas que possuem uma mente aberta, procurando inovações por parte de seus colaboradores (o que é relativo aos "operários" da época de Marx), saem da rotina e, muitas vezes, promovem meios para isso. Estudiosos do assunto, como Esteven Johnson, afirmam que é preciso tempo para o amadurecimento de uma ideia, é preciso criar condições para que elas surjam, e um ponto essencial para isso é quebrar paradigmas. É recomendado, inclusive, que as pessoas façam atividades diferentes das que estão acostumadas a fazer, como caminhar por ruas que não costumam caminhar, usar roupas que não costumam usar, ler livros que não são os seus preferidos, enfim, fazer algo diferente, pois todos os dias, querendo ou não, fazemos tudo igual. Levantamos e fazemos as mesmas atividades, inclusive na mesma sequência, vamos e voltamos do trabalho pelo mesmo caminho, conversamos os mesmos assuntos, e por aí afora...
Até aí, neste momento do dia, cerca de onze horas da manhã, não via nada demais nas afirmações de Esteven Johnson ou dos demais pensadores acerca do assunto, até porque já havia ouvido e lido sobre o tema, mas... durante a noite, tudo mudou!
Houve uma colisão de informações, pois a primeira peça, o quebrar paradigmas, defrontou-se com a segunda, a alienação, de Marx. O quebra-cabeça estava montado!
Isso me leva a concluir que, embora não concorde com toda a ideologia de Marx, ele realmente estava certo sobre a alienação, pois se as teorias criadas hoje falando sobre a motivação ou a origem da criatividade, mesmo que não tenham por objetivo final afirmar o pensamento Marxista, afirmam que é preciso sair da rotina, abrir os horizontes para obter um resultado satisfatório, só posso concluir que o trabalho da maneira que ocorria, sequencial, fragmentado e sem um vislumbre do todo, realmente levava o homem à uma limitação, sem criatividade em suas funções, mas apenas repetições que por fim tornariam o homem em um ser lúgubre.
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