Há alguns dias conversava com alguns amigos quando surgiu a questão: Como seria o céu para mim?
O contexto dessa questão estava na afirmação de que a mesma pergunta havia sido feita para alguém que se dizia cristão e que havia mencionado o fato de que existiria no céu ruas de ouro e riquezas imensuráveis para essa vida, sendo que, quando questionado sobre qual seria a ultilidade de tanto ouro e riquezas, este não soube responder.
Então aqui deixo a minha reflexão sobre tal tema:
A Bíblia realmente nos fala que há tal riqueza no céu (mais precisamente na Nova Jerusalém, a cidade celestial), na passagem de Apocalipse 21: 21-27, com destaque para o versículo 21:
"E
as doze portas eram doze pérolas; cada uma das portas era uma pérola; e
a praça da cidade de ouro puro, como vidro transparente.
Na nossa conversa, houve a afirmação que tanto ouro só teria sentido de existir se houvesse onde se gastar.
Mas o que penso é que o céu é algo muito além daquilo que possamos imaginar, assim como está escrito em 1º Coríntios 2:9, "nem olhos viram, nem ouvidos ouviram o que Deus preparou para nós", por isso tal ouro e riquezas não teriam uma funcionalidade, ou seja, não são para serem gastos, como alguns pensam, mas sim estariam ali exatamente para demonstrar a sua inutilidade e pequenez diante da presença de Deus, já que estes fazem parte da construção da cidade, ou seja, como se fossem pedras para nós, objetos que não despertam o desejo de ninguém.
É claro que a nossa visão terrena e limitada não pode vislumbrar tal cenário sem despertar, no mínimo, a nossa ganância, mas pensando que a mente de Deus é inúmeras vezes mais elevada, podemos, pelo menos, tentar imaginar.
Como diria C. S. Lewis no livro "O Problema do Sofrimento", "entrar no céu é tornar-se mais humano do que jamais alguém foi na terra; [...] Ser um homem completo significa ter as paixões obedientes à vontade e essa vontade oferecida a Deus", enquanto que, em contrapartida, "entrar no inferno é ser banido da humanidade. [...] ter sido um homem - ser um ex-homem ou um 'fantasma perdido' - iria presumivelmente significar consistir de uma vontade completamente voltada para o Eu e paixões não controladas pela vontade".
Resumindo e concluindo, o céu seria o lugar onde encontraríamos definitivamente aquela tão breve, tão fugaz alegria que sentimos em tão raros momentos nessa vida (apenas o relance que vislumbramos e que, mesmo assim, tanto nos alegra); seria encontrar o lugar para o qual fomos efetivamente criados, o molde onde nos encaixamos; por outro lado, o inferno seria exatamente o oposto, ou seja, o banimento total desse contexto, e não por que aqueles que para lá vão não mereçam isso, mas exatamente por ser o local para onde sempre desejaram ir, pois seria o local onde os desejos e paixões egoístas encontram definitivamente os seus donos.
God Bless!
God Bless!
Acredito exatamente nesse ponto. Pra mim, a questão do ouro na cidade santa denuncia a nossa inversão de valores. A cidade é preciosa, mas não segundo nossos padrões. Talvez a visão das ruas de ouro mostre o quanto a cidade é preciosa e que pisar nela é algo muito caro. Vale lembrar que as estacas do tabernáculo eram de prata e ficavam debaixo do solo, uma clara referência ao fato de que oque é precioso não é visível.
ResponderExcluirTambém concordo coma visão de C.S.lewis. Não acredito que o inferno tenha sido criado como um lugar de horrores e torturas, como algumas pessoas pensam. É apenas o local de quem optou por viver sem Deus e consequentemente, no mesmo local onde o diabo quis estar: fora da presença de Deus.E um local cheio de demônios, sem arrependimento, sem paz, sem amor e sem Deus é definitivamente terrível.
Grande abraço