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sábado, 26 de maio de 2012

Debate

Se há uma coisa que eu adoro fazer é entrar numa boa discussão, mas quando falo "discussão" não me refiro ao ato de discutir ofensivamente, mas sim de dissecar uma ideia, de maneira reflexiva, usando argumentos, contextos, pensadores e tudo o que estiver à mão para chegar ao cerne da questão.
Infelizmente não encontro muitas pessoas dispostas a isso! A maioria encara como uma ofensa a si próprio um confronto ou a não concordância à uma ideia sua.
É preciso que as pessoas entendam a importância de chegar ao ponto de discutir ideias e conceitos e, por vezes, até mesmo discordar, mas sem que, em momento algum, a divergência e o calor dessa situação sejam refletidas na pessoa!
O valor moral de cada um é indiscutível. Podemos até mesmo não concordar em termos de religião, política, futebol ou seja lá o que for, mas que nunca isso seja refletido na pessoa em si.
Afinal de contas o livre arbítrio é de cada um, e cada pessoa responderá por seus atos!

Legado

Ultimamente me pego, por inúmeras vezes, pensativo quanto a um assunto que, acredito, deve atormentar a vida dos filósofos: Se eu morresse hoje, o que ficaria de mim?

Tenho me feito essa pergunta e acredito que eu não seja o único a fazê-la, apesar de não me encontrar em um estado terminal, quando ela deve surgir com força total na mente de qualquer pessoa. Não quero divagar demais, mas acredito que essa ideia surgiu quando folheava o livro "Qual é a Tua Obra" do filósofo Mário Sérgio Cortella, onde é tratada essa ideia do que deixamos aqui, a nossa obra nessa vida.


Outra possível razão é uma palestra que assisti dias atrás, que tinha como tema a gestão da marca pessoal e nela havia uma afirmação: Você é um adjetivo! Como não poderia ser diferente, fiquei me questionando sobre qual seria o adjetivo que mais se enquadraria para mim, mas é óbvio que isso não seria eu quem iria responder, pois somos adjetivos para as outras pessoas, que nos cercam e nos conhecem e, assim, conseguem sintetizar, de certa forma, a nossa essência; ou ainda para as pessoas que não nos conhecem e, por isso, criam em nós um adjetivo baseado num preconceito, numa imagem que pode ou não ser real. E por mais que se questione qual seria o adjetivo ideal para mim, alguém poderia não ser sincero ao responder, por temer criar alguma situação, por temer ser sincero demais, enfim, ou por qualquer outra razão.

De qualquer maneira, dias atrás vi meu filhinho de três anos sentado no sofá da sala cercado por três livros, que continham mais figuras do que palavras (nada mais coerente para alguém com tal idade). Ao ver a cena confesso que achei o máximo e fiquei ali parado, reparando aquela situação e, de repente, ele me olha e diz: Pai, tô lendo livros igual a você!
Aquilo me impactou, pois ao ver que vivo cercado de livros, ele foi influenciado a fazer o mesmo, ou seja, algo ficou de mim para ele, apesar da tenra idade. Isso é apenas uma amostra de uma situação onde vi como nossos atos refletem algo ao nosso redor e nas pessoas que conosco convivem, recebendo um pouco do nosso legado.
É lógico que espero muito mais do que isso! Espero poder ser lembrado por valores, princípios e ideias, algo mais elevado do que apenas costumes e hábitos e, também sei, que isso dependerá da minha conduta agora, pois esse legado é algo que ficará de mim.

Esse questionamento é válido para que possamos melhorar a cada dia: Qual será o meu legado? Qual é a minha obra?

"As palavras do sábio o tempo não destrói!" - Portais Eternos - Stauros

sábado, 5 de maio de 2012

Amigos

Todos temos amigos. Sejam eles da maneira que for, com suas peculiaridades e esquisitices, mas dependemos deles e eles de nós. O Ser Humano não pode e não consegue viver fora da sociedade e isso mostra como somos dependentes de outras pessoas. Mas o que define um amigo ou o torna diferente de qualquer outra pessoa que simplesmente convive conosco?

Já dizia o meu escritor predileto, C. S. Lewis, no livro "Os Quatro Amores" que a "Amizade (philia, φιλια) é uma forte ligação entre pessoas que compartilham um interesse ou uma vida comum. Lewis explicitamente diz que a definição de amizade é mais estreita do que o mero Companheirismo: A amizade em seu sentido real existe somente se houver algo para que a amizade esteja “embasada”. Esta é a menos natural dos tipos de amores, citados por Lewis; isto é, não é biológica necessário ao progenitor (a) ter a afeição (por exemplo, educar uma criança), o eros (por exemplo, criar uma criança), ou a caridade (por exemplo, satisfazer uma necessidade de uma criança). Apesar destas características, era a opinião dos antigos (do próprio Lewis, também) que ele é o mais admirável dos amores porque ele não olha ao amado (como o eros), mas ele olha em busca do “embasamento”-essa coisa por causa de que o relacionamento lhe deu forma."


Uma amizade bem fundamentada tem muito valor.
E o mais importante é que além de amigos, ou melhor, além de "apenas" amigos, tenhamos bons amigos. Amigos fieis, verdadeiros. Sabemos que estes são poucos, mas que mesmo sendo poucos possamos confiar e saber que são como um refúgio num mundo frio e cada vez mais sem vínculos.
Nestes casos um é capaz de completar frases do outro. A comunicação acontece mesmo antes que qualquer palavra seja dita, pois já existe uma harmonia, uma sintonia. Como dizia C. S. Lewis, "os interesses são comuns", por isso não é preciso ter "rodeios" para chegar ao ponto culminante de um assunto.

É claro que erros acontecerão, deslizes, enfim, pois a condição humana não nos permite ser perfeitos. Aí mora o perigo de que essas alianças sejam dissolvidas, por vezes permanentemente. Mas nestes casos o perdão é um meio de ajustar as diferenças. Um meio de restaurar a parceria ou de cada vez mais tornar coesa a união.

Um dos exemplos mais belos sobre este tema encontrado nos registros bíblicos é sobre a amizade entre Davi e Jônatas, o filho do Rei Saul. Um caso onde a maneira mais pura de amizade se manifestou, não havendo interesses. Pelo contrário, pois Jônatas poderia reclamar o trono que Davi assumiu, já que era filho do Rei Saul e ele seria o sucessor neste caso.

Por isso brindemos aos nossos amigos e às nossas amizades. Que cada vez mais possamos ser como um só:

" Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só, pois caindo, não haverá outro que o levante.

Eclesiates 4:10
Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante.
Eclesiastes 4:10
Porque se um cair, o outro levanta o seu companheiro; mas ai do que estiver só; pois, caindo, não haverá outro que o levante.
Eclesiastes 4:10